Um cenário bem conhecido...
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Rodoviária do Plano Piloto |
Todos os dias temos que esperar muito tempo no ponto, por ônibus que não passam no horário, estão velhos e sempre lotados, e com alguma sorte chegamos ao trabalho sem que o ônibus quebre no meio do caminho. No DF praticamente não existe integração no transporte público, então se alguém precisa pegar dois ônibus paga pela totalidade das passagens.
E paga-se uma tarifa muito cara! Mesmo sem reajuste há algum tempo, a tarifa ainda é muito cara! Hoje paga-se R$ 3 na maioria dos trechos entre as cidades satélites e o Plano Piloto. Quando são 2 ônibus, o gasto com transporte chega a R$ 12 por dia, ou cerca de R$ 264 por mês (quase metade do atual salário mínimo).
Os empresários estão perto do prejuízo?
No início do Governo Arruda, com o fim do transporte alternativo, os empresários de transporte dobraram o número de usuários do transporte diariamente, aumentando significativamente a lucratividade. O governo Arruda também subsidiou centenas de ônibus novos para os empresários. Então, se hoje existe alguma renovação na frota, essa foi apoiada pelo Governo Distrital, e não onerou os cofres das empresas.
E recentemente tornou-se público que os atuais empresários são tão irregulares quanto às antigas vans. Muitos utilizam ônibus com placas clonadas, as linhas eram concedidas irregularmente, sem licitação, etc.
O Passe Livre, apesar de ser uma importante conquista da mobilização estudantil, ainda não é o ideal, pois uma parte dos estudantes, que estudam em cursinhos ou residem no entorno, não têm acesso a esse benefício. Além do mais, esse benefício está restrito ao transporte de estudantes às escolas, quando deveria ser totalmente irrestrito em relação às linha e aos horários, permitindo aos estudantes acesso pleno à cultura e ao lazer.
Aumentar para que então?
Mesmo assim, há algum tempo os empresários de transporte andam tentando convencer a população e os governos de que eles estão tendo prejuízos e que precisam do reajuste na tarifa. Têm a cara de pau de pedir 50% de aumento, e nos pedir para pagar R$ 4,50 para ficar 50 minutos no ponto e depois fazer uma viagem de uma hora e meia, espremidos em um ônibus que pelo menos uma vez por mês vai quebrar no meio do caminho.
Agnelo, por sua vez, que até então afirmava que não iria aumentar a tarifa, já está mudando de opinião. Essa semana uma equipe do DFTRANS está analisando as planilhas enviadas pelas empresas de transporte para definir em quanto o governo deve reajustar as tarifas de transporte.
Existe outra saída para o transporte público no DF?
Na verdade o transporte público do DF poderia ser bem melhor. Hoje ele é assim porque o seu principal objetivo não é servir a população, e sim dar lucro a uns 3 empresários. Por isso não importa o conforto, Eles pensam assim: “Colocamos poucos ônibus, os trabalhadores se apertam e a gente lucra mais! Pagamos salários baixos aos motoristas e cobradores, e assim lucramos mais!”
Por isso a saída para o transporte público do DF é a retirada desses empresários, e a estatização do serviço. O transporte público não pode estar a serviço de lucros, deve estar a serviço da população trabalhadora e dos estudantes. As empresas de ônibus, afundadas em irregularidades e ilegalidades, devem ser estatizadas e gerida pelos trabalhadores rodoviários e pela população.
Só com o transporte a serviço da população poderemos ter passe livre irrestrito para estudantes e desempregados, uma tarifa social, horários de acordo com as necessidades das pessoas, etc.
Não podemos aceitar o aumento da tarifa
Os trabalhadores e a juventude não podem ficar calados com essa possibilidade de aumento da tarifa! Precisamos fazer um amplo movimento, pela internet, nas ruas, nos locais de trabalho para mostrar a Agnelo e para os empresários que a população não suporta mais sofrer com as péssimas condições de transporte e impedir definitivamente o aumento da tarifa.