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sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Partidos de esquerda fazem debate em Brasília para discutir unidade

Nesta quinta-feira (01) mais de 100 pessoas reunidas em Brasília provaram que é errada a anedota que diz que “a esquerda só se une na cadeia”.  Militantes do Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU), Partido Socialismo e Liberdade  (PSOL) e Partido Comunista Brasileiro (PCB) fizeram um debate para discutir a unidade no atual momento político do Brasil.  O evento foi feito na sede do sindicato dos trabalhadores das escolas técnicas federais (Sinasefe).

Participaram da mesa do debate os três candidatos a governador pelo Distrito Federal da esquerda nas eleições de 2010: Rodrigo Dantas (PSTU), Toninho (PSOL) e Frank Svensson (PCB). Eles discutiram a nova realidade do Brasil depois das grandes mobilizações de junho e como a esquerda pode debater sua pauta com as milhões de pessoas que foram às ruas.

“O PT perdeu a direção e o monopólio das ruas” disse Rodrigo Dantas, falando sobre as últimas mobilizações. Segundo ele, o momento político está em aberto, abrindo espaço para que a esquerda possa aumentar o diálogo com a sociedade. Para ele, houve uma mudança de consciência do brasileiro, que tinha a sensação que o Brasil estava se desenvolvendo, mas “acordou e viu que vivia com dinheiro emprestado”.

Rodrigo disse que a esquerda deve lutar pela ruptura com a atual política econômica, que faz com que metade do orçamento do governo seja desviado para pagamento de dívida. Para isto, ele defendeu a união dos movimentos que estiverem nas ruas recentemente com as organizações históricas da classe trabalhadora. Um primeiro teste será o dia de paralizações que está marcado para o dia 30 de agosto.

Toninho do PSOL falou do momento histórico em que vivemos e como isto favorece a unidade dos vários grupos de esquerda. “É importante caminharmos juntos, este espaço deve ter continuidade”, disse o ex-candidato a governador. Ele também falou sobre o debate que começa em torno de uma alternativa para as eleições de 2014 no Distrito Federal.

Frank Svensson, do PCB, falou sobre o momento de crise em que o capitalista passa e do fato de ser impossível hoje fazer uma aliança com a classe dominante. “O capital nacional hoje é sócio do capital internacional”, explicou. Ele também ressaltou a importância de um polo unitário dos partidos de esquerda, que defenda o socialismo.

Vários militantes dos partidos também puderam falar. Foi debatida unidade em torno de lutas como a defesa da forma agrária, o combate às opressões, a construção de alternativas para o movimento sindical, entre outros. Ao final, a juventude dos partidos se uniu na mesma palavra de ordem: “frente de esquerda é para valer, para derrubar a direita e o PT”. 

Um comentário:

  1. O não pensar
    Gilvan Rocha

    É incontestável o fato de que o exercício do pensar é doloroso. Por essa razão, é que costumamos dizer: pensar dói. Daí ser comum ouvirmos: “eu não quero quebrar minha cabeça”, “eu não quero pensar”. Esse comportamento das pessoas em preferir aceitar as afirmações que lhe são dadas como se fossem verdadeiras, sem colocá-las em dúvida, sem perceber que essa sociedade, de desigualdade e injustiça, se apóia, justamente, no império da mentira, é o mais comum.
    Para que possamos nos libertar dos grilhões de uma sociedade que só favorece a uma ínfima minoria, para construirmos uma nova sociedade de igualdade, justiça e paz, é necessário desmontar as mentiras que nos cercam e, para tanto, devemos cultivar a capacidade de pensar, exercitando a dúvida e o questionamento.
    Observa-se, nas diversas práticas religiosas, o exercício do não pensar. Vemos, nos seguidores do Islã, como crianças e jovens se colocam diante das palavras “santas”, repetindo-as exaustivamente e procedendo, seguidamente, um movimento do corpo para frente e para trás, de forma mecânica, robotizada. Esse é um exemplo claro do exercício do não pensar praticado pelo islamismo, porém quando observamos as práticas religiosas das Igrejas Católicas, vemos a repetição de gestos semelhantes, e a repetição incessante das mesmas palavras, das mesmas frases, das mesmas orações e isso é, sem dúvidas, o exercício do não pensar.
    Nas igrejas evangélicas, nos seus mais diversos perfis, vemos o mesmo procedimento, acompanhado algumas vezes do exercício da histeria religiosa de fundo estritamente emocional.

    Outro recurso usado pelas mais diversas igrejas, é o uso da música e da louvação irrefletida. De tudo se faz para mexer com os sentimentos e as fragilidades das pessoas, levando-as a um estado de prostração. Ora, a salvação dos grilhões do sistema capitalista, exige um comportamento oposto. Ao invés do não pensar precisamos, como já dissemos, que se pratique o ato do pensar, pois só assim poderemos nos libertar da rede de mentiras que nos cerca.
    Sexta-feira, 2 de agosto de 2013.
    Gilvan Rocha é escritor socialista, articulista e Presidente do Centro de Atividades e Estudos Políticos - CAEP

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