Na
última segunda-feira (18/02), às 17 horas, uma estudante de agronomia da
Universidade de Brasília foi brutalmente espancada em um dos estacionamentos da
universidade. Entre murros e chutes, por repetidas vezes seus agressores a
chamavam de lésbica nojenta.

O episódio de lesbofobia/homofobia na UNB não foi o
primeiro. No inicio do semestre a comunidade acadêmica ficou indignada com as
pichações nas paredes do centro acadêmico de direito que dizia “quem gosta de
dar gosta de apanhar”, sem contar casos de ameaças veladas sofridas pel@s
estudantes diariamente e os casos de estupro no campus.
A universidade deveria ser um local de repensar e
refletir uma nova sociedade, onde se tem em seu pilar a quebra de preconceitos
e combate a qualquer tipo de opressão e violência. Mas infelizmente a Universidade
de Brasília não vem cumprindo seu papel, pois nos últimos anos vemos crescer
grupos de direita, que ameaça a integridade física dos homossexuais, lésbicas,
transexuais, travestis, mulheres e negros e a reitoria dessa universidade vê de
braços cruzados esses atos de opressão crescerem diariamente nos campus.
Após a vítima solicitar formalmente a abertura de
sindicância a reitoria, nesta quinta-feira, montou-se um grupo constituído pelo
chefe da Coordenadoria de Proteção Patrimonial (CoPP),
Josué Barbosa Guedes, que presidirá os trabalhos, o professor da Faculdade de
Agronomia e ex-decano de Graduação José Américo Soares Garcia, e a servidora do
Decanato de Assuntos Comunitários Roseane Fonseca Gaspar Dias, especializada em Direito.
A abertura dessa
sindicância veio atrasada, e a decana de assuntos comunitário Denise Bom tempo
justifica esse atraso, pois na reitoria não existia um registro formal sobre a
agressão. Acreditamos que a reitoria não deveria ter esperado a
vítima se apresentar e solicitar a investigação, mas sim à direção da
universidade, a que deveria ser a maior interessada em esclarecer e punir casos
de opressão dentro dos campus, ter a iniciativa de procurar a vítima e abrir
uma sindicância sem ao menos a vítima solicitar, pois nem sempre a vítima de
opressão possui coragem de denunciar o opressor.
De acordo com a reitoria o grupo tem um prazo de 30 dias para levantar informações que possam ajudar a esclarecer
a agressão, como o contexto em que ocorreu, a ação da segurança, se houve
testemunhas e o que elas dizem e identificar o autor para que a sindicância
cumpra um papel importante, ajudando a policia civil na identificação dos
agressores. E esta sindicância não deverá ter papel somente de auxiliar a
polícia nas investigações, mas também de punir os agressores casos essse sejam
da comunidade acadêmica da UNB.
Na última sexta-feira mais
de 300 estudantes se reuniram no Ceubinho para discutir os casos de opressão da
universidade, reunião essa convocada pela Assemlbléia Nacional dos Estudantes
Livres e coletivo “A subversiva”. Na reunião foi encaminhada uma carta com 24
reivindicações dos estudantes à reitoria, além de uma Assembléia Geral a ser
realizada na próxima terça-feira (26/02), às 12 horas no Ceubinho, apesar do
DCE chamar a Assembléia para quinta-feira as 14:30, justificando que de acordo
com o estatuto so poderá chamar assémbleia dos estudantes com 5 dias de
antecedência. Essa atitude do DCE demonstra a clara intenção deles em
desmobilizar os estuantes, colocar a violência sofrida pela estudante de
agronomia no esquecimento e esvaziar um ambiente legítimo de decisão
estudantil.
O PSTU – DF se solidariza
com essa luta e apoia as ações desempenhadas pelos estudantes da universidade,
e faz coro juntamente com a comunidade acadêmica para exigir da reitoria averiguação
e punição dos agressores, uma política de educação na universidade de combate à
lesbofobia, homofobia, transfobia, além de punir e coibir trotes com atos
violentos e opressores dentro dos campus. A reitoria não pode ser conivente com
os casos de opressões ocorridos na universidade.
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