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domingo, 24 de fevereiro de 2013

Mais um episódio de lesbofobia/homofobia na UNB


Na última segunda-feira (18/02), às 17 horas, uma estudante de agronomia da Universidade de Brasília foi brutalmente espancada em um dos estacionamentos da universidade. Entre murros e chutes, por repetidas vezes seus agressores a chamavam de lésbica nojenta.

            O episódio de lesbofobia/homofobia na UNB não foi o primeiro. No inicio do semestre a comunidade acadêmica ficou indignada com as pichações nas paredes do centro acadêmico de direito que dizia “quem gosta de dar gosta de apanhar”, sem contar casos de ameaças veladas sofridas pel@s estudantes diariamente e os casos de estupro no campus.

            A universidade deveria ser um local de repensar e refletir uma nova sociedade, onde se tem em seu pilar a quebra de preconceitos e combate a qualquer tipo de opressão e violência. Mas infelizmente a Universidade de Brasília não vem cumprindo seu papel, pois nos últimos anos vemos crescer grupos de direita, que ameaça a integridade física dos homossexuais, lésbicas, transexuais, travestis, mulheres e negros e a reitoria dessa universidade vê de braços cruzados esses atos de opressão crescerem diariamente nos campus.

            Após a vítima solicitar formalmente a abertura de sindicância a reitoria, nesta quinta-feira, montou-se um grupo constituído pelo chefe da Coordenadoria de Proteção Patrimonial (CoPP), Josué Barbosa Guedes, que presidirá os trabalhos, o professor da Faculdade de Agronomia e ex-decano de Graduação José Américo Soares Garcia, e a servidora do Decanato de Assuntos Comunitários Roseane Fonseca Gaspar  Dias, especializada em Direito.

            A abertura dessa sindicância veio atrasada, e a decana de assuntos comunitário Denise Bom tempo justifica esse atraso, pois na reitoria não existia um registro formal sobre a agressão. Acreditamos que a reitoria não deveria ter esperado a vítima se apresentar e solicitar a investigação, mas sim à direção da universidade, a que deveria ser a maior interessada em esclarecer e punir casos de opressão dentro dos campus, ter a iniciativa de procurar a vítima e abrir uma sindicância sem ao menos a vítima solicitar, pois nem sempre a vítima de opressão possui coragem de denunciar o opressor.

            De acordo com a reitoria o grupo tem um prazo de 30 dias para levantar informações que possam ajudar a esclarecer a agressão, como o contexto em que ocorreu, a ação da segurança, se houve testemunhas e o que elas dizem e identificar o autor para que a sindicância cumpra um papel importante, ajudando a policia civil na identificação dos agressores. E esta sindicância não deverá ter papel somente de auxiliar a polícia nas investigações, mas também de punir os agressores casos essse sejam da comunidade acadêmica da UNB.

            Na última sexta-feira mais de 300 estudantes se reuniram no Ceubinho para discutir os casos de opressão da universidade, reunião essa convocada pela Assemlbléia Nacional dos Estudantes Livres e coletivo “A subversiva”. Na reunião foi encaminhada uma carta com 24 reivindicações dos estudantes à reitoria, além de uma Assembléia Geral a ser realizada na próxima terça-feira (26/02), às 12 horas no Ceubinho, apesar do DCE chamar a Assembléia para quinta-feira as 14:30, justificando que de acordo com o estatuto so poderá chamar assémbleia dos estudantes com 5 dias de antecedência. Essa atitude do DCE demonstra a clara intenção deles em desmobilizar os estuantes, colocar a violência sofrida pela estudante de agronomia no esquecimento e esvaziar um ambiente legítimo de decisão estudantil.

            O PSTU – DF se solidariza com essa luta e apoia as ações desempenhadas pelos estudantes da universidade, e faz coro juntamente com a comunidade acadêmica para exigir da reitoria averiguação e punição dos agressores, uma política de educação na universidade de combate à lesbofobia, homofobia, transfobia, além de punir e coibir trotes com atos violentos e opressores dentro dos campus. A reitoria não pode ser conivente com os casos de opressões ocorridos na universidade.

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