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quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Militantes da CSP-Conlutas fazem protesto em votação no salário mínimo no Senado

A votação do salário mínimo pelo Senado nesta quarta-feira (24) contou com protesto organizado pela Central Sindical Popular, Coordenação Nacional de Lutas (CSP-Conlutas). Os participantes mostraram a indignação contra o salário mínimo de R$ 545,00, que foi aprovado na Câmara dos Deputados na semana passada e hoje foi aprovado no senado. Na mesma lei também foi aprovado um artigo que permite o presidente da república determinar o mínimo por decreto até 2015.

No Senado, que é um local teoricamente público, ninguém pode tirar fotos e as manifestações populares são dificultadas. Vários militantes já foram reprimidos pela polícia legislativa, que existe especialmente para proteger a casa. Um exemplo é a época em que o movimento hora Sarney foi impedido de se manifestar. Mas na votação do mínimo os militantes da CSP-Conlutas conseguiram se manifestar, enchendo as galerias destinadas ao público.

Apesar do teatrinho montado por setores como a Força Sindical, que queria um salário de R$ 560,00 e o senado gaúcho Paulo Paim, que também defendia o valor mas depois voltou atrás, o governo impôs sua vontade. A distribuição de cargos enquadrou os parlamentares da base aliada.

Propor um mínimo de R$ 560,00, ou um pouco maior que isso, não resolve a injustiça da política salarial aplicada. O Dieese, instituto de pesquisa ligado ao movimento sindical, calcula que o salário mínimo ideal deveria ser de aproximadamente R$ 2.200,00. A CSP-Conlutas defende que o aumento do salário mínino tenha um aumento de 62%, igual ao que os parlamentarem deram para eles mesmos no final do ano passado.

O aumento foi de pouco mais de 6% em relação ao mínimo atual. Bem menos do recente aumento na cesta básica e do índice que mede o preço do aluguel. Este aumento mostra a política do governo em relação à crise econômica: cortar na carne do povo para manter o pagamento a banqueiros e grandes empresários, que lucram cada vez mais.

A maioria das direções do movimento sindical cumpriu seu papel de capacho do governo e aprovou o salário de arrocho. Mas ainda existe o setor independente do governo, do qual a CSP-Conlutas faz parte. Estudantes, trabalhadores e representantes do movimento de sem-tetos conseguiram entrar no senado para desmascarar a cara-de-pau de quem ganhar R$ 27 mil só de salário (sem contar outros benefícios) acha que R$ 545,00 para quem trabalha já está muito bom.

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