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quinta-feira, 27 de junho de 2013

Nova manifestação em Brasília mostra que movimento ainda tem fôlego


Militantes da ANEL empunharam desde cedo faixa do "Fora
Feliciano"
Cerca de 8 mil pessoas marcaram presença na Esplanada dos Ministérios desde à tarde de hoje (25/06). A nova manifestação em Brasília levou uma quantidade de pessoas menor que a última grande manifestação, na quinta-feira passada, mas o movimento mostra que ainda tem muito fôlego.

Após um marcha saída no início da tarde do Museu Nacional de Brasília, milhares pessoas se mantiveram aglomeradas em frente do Congresso Nacional, cantando palavras de ordem e empunhando faixas e cartazes. Após certo momento houve a repressão, a mais violenta desde o começo do movimento à duas semanas. Mais uma vez cerca das 10 da noite a polícia impôs o toque de recolher e expulsa todos com gás lacrimogênio e muita violência.

Apesar disto, a população não parece disposta a parar por hora com os protestos, mesmo que algumas reivindicações já tenham sido atendidas. Com novos atos e ações marcados pela internet e convocados pelos mais variados movimentos e pautas.

Manifestação variada

Desde o meio-dia tinha gente em frente ao Congresso Nacional. A primeira manifestação foi contra o projeto de “cura gay”, que tramita na Câmara dos Deputados. Uma comissão foi recebida por deputados. Às três da tarde, já tinha uma quantidade grande de pessoas do movimento feminista e LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgêneros). Cerca de cinco da tarde, as feministas e os LGBTs desceram e o movimento “Acorda Brasília” subiu com o carro de som. Uns combatem o machismo e a homofobia, outros pedindo ética na política.

Um grupo que se descolou do “Acorda Brasília” desceu o Congresso Nacional e ocupou ruas do Centro da cidade. Ali tinha de tudo: punks, gays, sindicalistas, skatistas e fascistas infiltrados (não identificados). Um público muito jovem. Totalmente sem uma direção, alguns voltaram ao Congresso, se juntando a massa que fazia mais um protesto.

A militância da CSP-Conlutas e, principalmente, da Assembleia Nacional dos Estudantes Livre (Anel), entidade estudantil filiada à essa central, e puderam se manifestar livremente, com direito a hastear suas bandeiras sem que houvessem episódios de rechaço ou violência. Foi o bloco mais animado do ato, com muitos manifestantes se aglomerando em torno do grupo, cantando suas palavras de ordem e seguindo sua bateria.

Violência policial

Embora tenha corrido praticamente o tempo todo de forma pacífica, o ato terminou com a Esplanada dos Ministérios virando uma praça de guerra. Desde cedo, os policiais fecharam toda a área da Esplanada dos Ministérios e chegaram a revistar as mochilas. Durante a reunião preliminar com os subordinados, um dos comandantes da operação avisou que seria “um dia de sacrifício”. Mas segundo a própria força policial, apenas em algumas pessoas foram encontradas meras armas brancas.  A maioria acabou não sendo revistado nenhuma vez.

Durante horas houve em frente do Congresso Nacional houve pequenos tensionamentos, com a multidão lá concentrada, cantando palavras-de-ordem. De repente por volta das 10h, desceu cortina de gás lacrimogênio, dezenas de bombas e muita correria entre os manifestantes. Na sequência, os policiais jogaram camburões a toda velocidade em cima dos manifestantes, que corriam  em fuga. Várias pessoas foram quase atropeladas mesmo correndo pelos gramados e calçadas. Algumas pessoas foram presas indiscriminadamente e houve vários feridos com estilhaços de bomba e na correria. Um grupo em fuga tentou se refugir dentro de um shopping center, sendo atacado pela polícia, que se justificou à imprensa alegando que o grupo iria praticar "vandalismo" ou saques.

Diante da violenta ação da polícia militar, já corre pela internet e redes sociais a convocação de uma nova manifestação justamente para denunciá-la e exigir do governador Agnelo Queiroz (PT) apuração das responsabilidades.

(Atualizado 28/06 às 14h)

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