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quinta-feira, 20 de junho de 2013

Plenária convocada pelas redes sociais discute pauta das mobilizações em Brasília

Só estando lá para acreditar. Mais de 100 pessoas discutindo temas importantes para o país, convocadas pelas redes sociais, durante um jogo do Brasil. Foi nesta quarta, em Brasília, em frente à Biblioteca nacional. E vão se encontrar outra vez, nesse domingo (23/06), às 14h, no mesmo local.

Ficou bem claro que o movimento não é só contra o aumento das passagens. As pessoas reunidas começaram a montar uma pauta para as mobilizações que estão tomando conta do país.  Professor, bibliotecário, estudante, artista. Gente de várias profissões, em sua maioria jovem, se juntou para discutir temas que iam da demarcação de terras indígenas a diminuição da carga horária de trabalho.

Em vários casos as pessoas nunca participaram de um debate político. Isso não impediu que cada um falasse o que pensava. Um pente fino nos gastos da Copa do Mundo foi um dos principais temas. O Repúdio a proposta de cura gay aprovada no congresso ontem também. Na próxima reunião, o grupo pretende fechar uma pauta para ser levada ao Poder Público.

Um dos pontos abordados foi a liberdade dos próprios manifestantes de se assumir como membro de um partido. “Devemos diferenciar os pequenos partidos de esquerda daqueles partidos que estão no poder”, disse um ativista, que não era militante de nenhuma organização. A maioria foi contra o aparelhamento, mas também repudiou a repressão aos militantes organizados.

Se os jovens não têm uma direção definida, fica cada vez mais claro a simpatia pelas ideias de esquerda. Estatização do transporte público, reforma agrária, 10% do PIB para educação pública. As bandeiras que os movimentos sociais já levantam a muito tempo, agora defendidas por pessoas que nunca foram militantes políticos.


A mídia não deu muita bola. Afinal, os jornais só dão atenção aos atos mais violentos que acontecem na mobilização. A juventude vai para as ruas, mas também tem sede de debater um projeto de sociedade. Tem vontade de construir um programa político. O movimento, ao contrário do que se pensa, tem causa. 

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